quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Ser a diferença

Voltei

E não vim para pedir nada pra ninguém. Estou cansada de ser um fardo na vida das pessoas. E de agora em diante se não for para somar eu não vou. O mundo já está cheio de gente que se aproveita dos outros e o meu maior medo é ser só mais uma.
Não quero ser amada, eu quero ser amor.
Não importa o que eu diga, se eu não fizer ninguém vai se importar e tudo vai continuar como está.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Jornada Mundial da Juventude

Assunto velho?
Nunca será!

A partir de agora vou reunir aqui todas as lembranças desse período no Comitê Organizador Local, em que eu vive o antes, o durante e o depois, No Coração da Jornada.

Recordar é viver.
#RememberWYD

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Uma não-poesia

Vivo pela poesia,
Mas não consigo considerar-me poeta.
Meus versos não rimam
Não tenho a métrica perfeita
As palavras que emprego são muito simples
Só escrevo o que há em minha mente confusa

Não canto à beleza
Não sei rimar amor e dor
Nem sequer narrar à beleza vista na flor

Nem mesmo os sentimentos,
Os mesmo que nos tornam humanos,
Sou capaz de pôr em meus versos.
Esses a minha mente confusa é incapaz de compreender.

Sou tentado a desistir
Do sonho louco de ser poeta,
Ofuscado pelo brilho dos meus saudosos colegas
Estes sim,
merecem o emprego do nome

Mas não posso simplesmente
Priva-me de escrever
Os versos vacilantes
Que vão ficando no papel
Sem desejarem ser lidos por ninguém mais
Além do louco que os escreve
E alguns poucos amigos
De semelhante sanidade

Mesmo sem ousar desejar um só leitor
Os desajeitados versos teimam
E inundam o corpo do poeta
 Rasgam lhe a alma, explodem lhe a mente

Sem poder suportar isso,
Simplesmente sigo em frente
Incapaz de resistir às palavras
Que jorram soltas, confusas, desajeitadas...
Formando versos simples
Dispostos num emaranhado sem arte
Que não chamo de poesia

Não, não sou poeta.
Mas sinto necessidade de escrever

Mesmo que seja essa minha não-poesia confusa

sábado, 9 de março de 2013

inDiretas Já!

A principal diferença entre os jovens de agora e os da década de 80 não está nas roupas e muito menos no estilo musical preferido. Minha teoria é que o advento da internet com suas facilidades e das mídias sociais criou um fenômeno interessante: enquanto os jovens daquela época lutavam por "Diretas Já" os de hoje só querem saber de sair mandando indiretas pelo Facebook.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Brincando com as palavras - Como tudo começou1

Quem tem filho deve se divertir muito com a criatividade das crianças. Outro dia meu pai me mostrou uma cartinha de dia dos pais que eu escrevi pra ele na primeira série. O resultado: gargalhadas estridentes de todos aqui em casa.
Nada do clássico: "Papai eu te amo, você é o meu herói."
Na versão de caligrafia quase ilegível da Michele de 7 anos, a mensagem de feliz dia dos pais contêm, entre outras coisas:
"Meu amigãozão preferido, que faz tudo o que eu peço (esse peço com a cedilha em vermelho sobre os dois esses originais) e que me acha um sucesso! (Sim fui uma criança convencida)
E no final:
"Lito, seu nome lembra pirulito que é mais doce que adoçante, você é uma pessoa cativante."
Não sei se isso é poesia e nem se aquela altura eu já sabia o que era poesia, nem lembro qual foi a reação do meu pai quando recebeu a cartinha na festa de dia dos pais junto com um chaveiro com a minha foto.
O que sei é que quando li isso eu confirmei, sempre tive probleminhas. 
As rimas nonsense me fizeram lembrar de um poema de José Paulo Paes que eu só viria a conhecer mais tarde na primeira aula do memorável mestre João Carlos com 10 anos na quinta série:

Convite
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio,pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

E quem e Melanie afinal?

Já que o livro contando sua história corre o risco de nunca ir para o papel e, menos ainda, sair dele. Começo a explicar aqui mesmo que vem a ser essa misteriosa personagem. 
Tudo o que ela tem a dizer hoje é:

"Eu sou um ser humano horrível! Sou egoísta e egocêntrica! Sou como um gafanhoto que consome aquilo que nunca cultivou e nunca está satisfeito. Não sei porque faço isso, deve ser parte da minha própria natureza. Talvez eu deva mudar, mas meu orgulho impede. Enquanto isso, dane-se!"

Um dia todos vão entender, mas enquanto isso eu vou lidando com ela e tentado desvendar, esse ser. 
Beijos com glitter e até a próxima. 
ps.: prometo que será algo melhor.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Duas vidas, uma festa

Manoela odiava o carnaval. Ela não era ruim da cabeça nem doente do pé, mas se irritava toda vez que ligava a tv e o assunto era esse, odiava ligar o rádio e ouvir marchinhas e sambas de enredo, entrar numa rede social e ver todas as fotos e comentários sobre a "maldita festa da carne". O que falar então dos blocos de rua? Absurdo! Ruas fechadas, foliões barulhentos, sujeira, trio elétrico, bandas, confete, serpentina... Uma baderna total, barulho, tumulto e mais tumulto! Como a prefeitura poderia permitir uma coisa daquelas? Pra onde foi o direito de ir e vir do cidadão?
 Eram "só" quatro dias. Os quatro piores dias do ano. Mal começava um novo ano e Manoela já entrava em desespero, logo chegaria fevereiro e não se falaria mais em outra coisa. Nos últimos anos ela preferia tirar férias nesse mês. Enquanto os turistas chegavam à Cidade Maravilhosa para curtir a folia, Manoela ia no sentido oposto fugindo de toda aquela confusão.
Mas nem sempre foi assim, quando era pequena chegava até a gostar do carnaval. Vestir uma fantasia e ser quem quisesse ser era um sonho para qualquer criança. Mas um coração partido aos 15 anos fez com que a alegria dessa festa se transformasse em dor. O primeiro amor de Manoela tinha chegado ao fim e, assim, teve início o ódio pelo grande culpado de uma primeira desilusão, o Carnaval.
Pelo rapaz ela já não lamentava, outros romances surgiram e se foram como um carro alegórico que invade a avenida. Mas o carnaval, esse sim, era o terrível vilão de toda história. Se ele simplesmente não existisse, as pessoas não teriam um pretexto para fazer coisas que não fariam em condições normais, partir um coração era só uma das coisas que se permitiam nesse efêmero período de suspensão das leis morais. 
E lá estava Manoela em seu vigésimo quinto sábado de carnaval, debruçada no parapeito da varanda do seu apartamento, observando à distância a concentração do primeiro bloco da rua. Naquele ano muitos funcionários da empresa pediram férias em fevereiro e Manoela não havia viajado, teria que se contentar em passar o carnaval assistindo alguns DVDs em casa mesmo. Ela não pretendia sair e se quisesse fazê-lo de carro, dificilmente conseguiria. Mas precisava ir ao mercado comprar algumas besteiras para  beliscar nesses quatro dias e teve que ir a pé. Ainda contrariada de ter que passar no meio daquela pequena multidão, entrou no elevador desejando que o tempo fechasse nos próximos dias. Os termômetros do Rio marcavam 40 graus e não havia nenhum sinal de nuvem  céu. Ótimo, que cenário clichê!
Distraída com os seus lamentos ela nem percebeu quando esbarrou num folião fantasiado de marinheiro que vinha no sentido oposto. Ambos foram parar no chão e Manoela vermelha estava prestes a explodir. "Não olha por onde anda?!?!"
O rapaz, sem graça, não cansava de se desculpar, levantou-se e ajudou-a a se levantar também. Perguntou se ela estava bem e se desculpou mais uma vez. Aí veio a troca de olhares, por alguns segundos não havia mais ninguém naquela rua, Manoela tinha até esquecido que era carnaval. O Marinheiro sorriu. Era o sorriso mais bonito que ela já tinha visto. Só voltou à realidade quando ele perguntou:
- Onde está a sua fantasia? - Fantasia? Ah claro, o bloco. Mas ela não tinha fantasia, não estava no bloco. Deu um sorriso amarelo e ficou parada enquanto uma multidão ocupava o espaço entre eles levando o Marinheiro-folião. Ele ainda olhou para trás umas duas vezes até sumir de vista no meio de toda aquela gente.
Manoela estava prestes a seguir o seu caminho quando uma senhorinha que assistiu a tudo de longe se aproximou dela com os olhos cheios de lágrimas. "Amos esses encontros inusitados que só acontecem nessa época!  Eu e Joaquim nos conhecemos no carnaval. Já fazem 54 anos mas eu ainda me lembro com clareza daquele dia, eu estava vestida de colombina e ele era o pierrô mais lindo que eu já vi. Já fazem dois anos que ele foi participar do baile celestial, mas no carnaval eu sinto como se ele ainda estivesse aqui. Mas você não pode perder tempo com a história de uma viúva. Anda toma o meu cocá, uma moça bonita não pode ficar sem fantasia." Colocou nela o adereço, deu-lhe um abraço e praticamente empurrou a jovem para o meio da multidão.
Se Manoela encontrou o "seu" Marinheiro e viveram felizes para sempre, não importa muito. Essa história é sobre uma garota com uma fantasia emprestada, num sábado de carnaval se entregando à alegria, ao brilho e à cor. Naquele momento ela estava feliz e não odiava mais o carnaval. Manoela não pensava mais no que havia acontecido há 10 anos, tudo o que ela queria era aproveitar aqueles dias de folia desejando que nunca chegasse a quarta-feira para que tudo virasse cinzas outra vez.