Vivo pela poesia,
Mas não consigo
considerar-me poeta.
Meus versos não rimam
Não tenho a métrica
perfeita
As palavras que
emprego são muito simples
Só escrevo o que há
em minha mente confusa
Não canto à beleza
Não sei rimar amor e
dor
Nem sequer narrar à
beleza vista na flor
Nem mesmo os
sentimentos,
Os mesmo que nos
tornam humanos,
Sou capaz de pôr em
meus versos.
Esses a minha mente
confusa é incapaz de compreender.
Sou tentado a
desistir
Do sonho louco de ser
poeta,
Ofuscado pelo brilho
dos meus saudosos colegas
Estes sim,
merecem o emprego do
nome
Mas não posso
simplesmente
Priva-me de escrever
Os versos vacilantes
Que vão ficando no
papel
Sem desejarem ser
lidos por ninguém mais
Além do louco que os
escreve
E alguns poucos
amigos
De semelhante
sanidade
Mesmo sem ousar
desejar um só leitor
Os desajeitados
versos teimam
E inundam o corpo do
poeta
Rasgam lhe a alma, explodem lhe a mente
Sem poder suportar
isso,
Simplesmente sigo em
frente
Incapaz de resistir
às palavras
Que jorram soltas,
confusas, desajeitadas...
Formando versos simples
Dispostos num
emaranhado sem arte
Que não chamo de
poesia
Não, não sou poeta.
Mas sinto necessidade
de escrever
Mesmo que seja essa
minha não-poesia confusa